Uau!!! Sejam bem vindos de volta meus senhores! Cinco anos após o fiasco que foi St. Anger e quase 20 anos após o seu último registo digno de realce (o Black Album), este regresso dos Metallica vem demonstrar que, afinal, os reis ainda dominam. Com uma sonoridade próxima dos míticos e seminais Master Of Puppets e … And Justice For All, o quarteto regressa em força e com força, apresentando um conjunto de temas rápidos, demolidores, com monstruosos solos e estonteantes longas partes instrumentais. Um inegável petardo de speed/thrash metal claramente apontado às cabeças dos mais incautos. Em alguns momentos (Cyanide ou The Judas Kiss, por exemplo) a crueza da sonoridade remete-nos, eventualmente para algumas das suas influências punk, mas é no seu som tipicamente pesado, balanceado, por vezes sujo, que se pode notar o regresso às origens. Todavia, um regresso em que não se notam sinais de parecerem datados ou ultrapassados mas apresentando um som perfeitamente actual, moderno, com uma produção poderosa (cortesia de Rick Rubin). E numa altura em que parece que tantas bandas descobriram o thrash metal dos anos 80 do século passado, são precisamente os Metallica a mostrarem como isso se faz bem, dando uma verdadeira lição de mestre aos seus pupilos. Mas no meio do desenfreado corropio de temas fortes ainda sobra tempo para seduzir, como acontece com a terceira parte da saga The Unforgiven, onde um inicio orquestrado e com um doce piano cria o ambiente necessário para um dos mais belos temas da carreira da banda. O recurso aos instrumentais volta a acontecer. Desta feita, em Suicide & Redemption, um digno sucessor de Orion. Mas há muito mais para se deliciar, num álbum claramente orientado para as guitarras, com os ritmos, os riffs, as harmonias e os solos num plano único de intensidade. Senão ouçam The End Of The Line, All Nightmare Along ou The Day That Never Comes.
Nota : 18,7
Texto do Prof. Pedro Carvalho